terça-feira, 6 de outubro de 2015

SOCIALSPIRIT

GALERA!!!! VOCÊS QUE LÊEM A FANFIC.

É o seguinte, eu comecei a Fanfic TODA de novo, até com um nome diferente. Reformei ela INTEIRA no Socialspirit pq eu achei que aqui ninguém mais lia. Aí resolvi respostá-la e terminá-la no Socialspirit pq sei lá. Enfim, ainda estou no começo da fanfic lá, e tem MUITA coisa diferente gente. Vou continuar postando aqui (eu acho) se vocês não quiserem ler lá. Na verdade agora eu não sei mais o que faço da minha vida.

SE VOCÊ QUER COMEÇAR A FANFIC AGORA, VÁ PARA O SOCIALSPIRIT!

Link: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-caitlin-beadles-fucking-feelings-3945173

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Don't Break My Heart - Capítulo 40

/Christian on
   

       Eu fiquei em choque! Abri a boca para falar mas as palavras se recusavam a sair! Eu devia estar sonhando! Só podia ser isso! Ela estava na França, Europa, outro lado do Oceano, e agora está aqui, na minha porta, esperando que eu me manifeste.

-Amor? Não está feliz em me ver? - Ela sorriu. Aquele sorriso brincalhão. O sorriso dela que eu mais gosto.

-O que vo-você?! Raquel, você não estava na...?

Eu desisti de falar e a segurei em meus braços num abraço apertado. Ela me abraçou de volta e mexeu no meu cabelo, sussurrou algo como "senti saudades..." e beijou o meu rosto. Eu não conseguia largá-la. Aquilo era inacreditável.

Simplesmente inacreditável!

-Por que você não me avisou? Eu fiquei desesperado! Fui na sua casa todos os dias pra ver se você tinha dado alguma notícia, você tem noção disso, Raquel?! Ficou louca, mulher?

-Nos primeiros dois dias eu não consegui. Mas depois eu decidi fazer uma surpresa pra você! Cá estou eu! - Ela ficou de frente pra mim, segurando a minha mão, me olhando de um jeito quase como se estivesse me admirando.

-Mas... Seu pai falou que você iria ficar lá durante as férias! Voltou de vez?! - Eu sorri, esperançoso. Seria maravilhoso passar as férias junto com ela! Juntei minhas economias para irmos à Califórnia, passar as férias nas praias de lá! Não disse isso à ela, ia ser surpresa. Já estava quase tudo planejado, talvez eu consiga fazer isso agora que ela está de volta.

Ela pareceu ter ficado um pouco sem-graça com a minha expressão de felicidade. Lá vem bomba! 

-Amor... na verdade eu estou aqui com um espaço de tempo extremamente curto. - Ela disse devagar, acho que ouvi minhas expectativas caírem de maduro no chão. Bufei e mexi no cabelo, desviando o olhar dela. Aquilo havia me deixado realmente chateado. Eu virei as costas pra ela e entrei na casa, ela continuava falando atrás de mim e eu a ignorava. Não conseguia suportar ficar longe dela tanto tempo, e pelo que estou vendo, ela está lidando bem com isso. - Chris, pera aí! Calma, cara!

Ela puxou a minha mão e me forçou a virar novamente. Meu olhar continuava baixo.

-Chris, olha pra mim! - Ela puxou o meu rosto e seus olhos encararam os meus. Seu olhar estava suave, sereno. Como se tudo fosse dar certo no final. - Eu estou aqui por pouco tempo, porque eu vim te buscar pra passar as férias na França comigo, seu panaca! Vem pra França comigo! Só faz suas malas, minha mãe já comprou sua passagem, não adianta falar não. A vida fica muito chata sem você, amor. Vai ser divertido! Eu juro!

Eu a encarei por um tempo, incrédulo naquilo que meus ouvidos tinham acabado de registrar de seus lábios desenhados. Ela sorria de orelha e orelha. Eu iria pra Europa, com a minha namorada, passar as férias com ela. Essa garota pensou em mim, ela voltou por mim. Cruzou o oceano só pra me buscar pessoalmente.

Eu amo essa garota!

-CLARO QUE VOU! - Eu a abracei forte, pegando-a no meu colo. Ela ria à toa.

Como eu tive tanta sorte de namorar essa garota! 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Don't Break My Heart - Capítulo 39

/Raquel on


-Mãe, Franz quer falar com a senhora. Não sei  o que é.

"Franz" é uma abreviação de "François". Não é que eu tenha pego intimidade tão rápido assim com ele, é só que Franz fica mais fácil do que François (Pronúncia: Franssoá). Ele é como um pai para o meu irmão, o criou desde pequeno, e o mais lindo é que Franz não teve preconceito dele ser filho de outro homem, criou Roberto como se fosse seu próprio filho. Ganhou mais um ponto comigo.

-Ah, ok. Filha, fique a vontade, a casa é sua. - Ela saiu rapidamente do quarto. Roberto entrou.

Seus olhos são exatamente da mesma cor que os meus, sua pele está levemente pálida e nossos narizes tem a mesma curvatura. Só que ele tem sardinhas bem claras no rosto, quase imperceptíveis, o deixando ainda mais adorável. Ele é meu irmão, mas é um garoto lindo.

-E aí? Gostou? Minha mãe se encarregou de toda a decoração. Não sei se você gostou do rosa do carpete, você aparenta não gostar muito desse tipo de cor, mas minha mãe encomendou de última hora e a loja não...

-Não... Está ótimo! Eu adorei, sério.

-Ah, então se é assim tudo bem...

Ele olhou em volta, analisando o quarto. Ficamos em silêncio por um breve momento, isso acontecia bastante entre nós e às vezes chegava a ser desconfortável.

-Quer ajuda pra desfazer as malas? - Ele sugeriu.

-Ah, não precisa, eu estou bem. Deixa que eu me viro aqui. - Dei de ombros. Eu realmente não precisava de muita ajuda, além do mais, só eu sei aonde fica cada coisa na minha bagunça e aonde colocar cada coisa. É uma loucura.

 Ele sorriu. Um sorriso diferente, um tanto malicioso. No melhor sentido.

-Ta certo... Quando terminar, me chama, vou te mostrar o lado bom de Paris! - Eu ri. Foi exatamente isso o que eu disse pra ele quando chegou no Canadá. Roubou minha frase!

-Então ta certo, engraçadinho. - Ele fez uma careta.

Eu e Roberto temos uma ligação estranhamente forte, nos conhecemos de verdade há poucos meses e já estamos tão íntimos! Não achei que seria assim tão fácil. Às vezes parecemos dois estranhos um com o outro quando surge aquele vácuo na conversa e ninguém fala nada, mas segundos depois parecemos dois irmãos de verdade quando começamos a tirar sarro da cara um do outro. Não vejo grandes problemas na nossa relação. Na verdade, acho até engraçada.

Ele saiu do quarto e eu arrumei tudo o que tinha de ser arrumado.


(...)


-Já foi na Torre Eiffel?! - Ele falou animado, quase saltitante.

Mal cheguei e Roberto já quis me arrastar pelas ruas à fora. Será que ele tem um botão de desligar?

Espero que não.

-Hm... Na verdade não... Quando eu vim para a França, fiquei há três horas de Paris. Não tive o prazer de ver a torre ainda.

-Tá a fim de ir? Ela fica à 20 minutos daqui! Da até pra ver da janela do sótão.

-Se é assim, então vamos!

Mesmo com dois casacos, sendo um deles de pele grossa, eu estou com frio. Nem parece que morei em Londres por tanto tempo. Estou completamente desabituada ao frio!

Já havíamos caminhado por pouco mais de 10 minutos, e eu já conseguia ver o topo da torre por cima das árvores, quando uma garota bem ruiva um pouco mais alta e mais magra que eu, cruzou meu caminho e abraçou Roberto. Na verdade, ela pulou em cima dele, literalmente. Suas pernas estavam ao redor de sua cintura e Roberto a segurava firme num região pouco acima dos quadris. Ela sussurrava palavras em francês. Disse que estava feliz em vê-lo.

-Je suis très heureux de vous voir aussi! - Ela tinha decido do seu colo quando ele disse que também estava feliz em vê-la. A menina se virou pra mim e começou a me dar saudações em francês. Tentei falar mas meu queixo tremia muito por causa do frio e eu acabei me enrolando. Roberto me salvou. Ele disse para a menina que eu era a famosa irmã gêmea dele. Ela respondeu:

-Sûr elle est votre sœur! Vous avez deux le même nez. - (Claro que ela é a sua irmã! Vocês dois têm o mesmo nariz!). Eu e Roberto caímos na gargalhada. Ela tinha razão em relação a isso.

O nome da garota era Augustine e estudava música junto com o Roberto, tocava baixo. Além disso eles eram muito amigos, já rolaram uns amassos entre eles mas a amizade permaneceu mais forte. Ela já sabia que Roberto tinha uma irmã gêmea. Ele contou para todos os amigos, claro! Ali, o nome Raquel viraria celebridade, todos já sabiam da história. Roberto tinha uma banda e tocava guitarra, ele amava música. No começo François não apoiou muito isso, mas quando viu que o menino tinha talento, o deu força pra continuar, como um bom pai. Roberto contou tudo isso no caminho pra torre depois da menina ter ido embora. Não demorou muito até chegarmos na famosa Torre Eiffel. Era imensa! O dia estava um pouco nublado e as folhas amarronzadas, uma bela paisagem outonal. O jardim estava estava bem aparado e as árvores alinhadas, tudo perfeito, parecia uma pintura do mais talentoso artista. Tenho sorte de estar aqui pela primeira vez com ele, meu irmão.

Com certeza Roberto estava cansado de ver aquela torre, mas era a minha primeira vez. E eu via em seu olhar que só de estar na minha companhia, sua irmã, era tão animador para ele quanto estar ali pela primeira vez.


(...)



Três dias depois...



 /Christian on



-Bom dia, senhor Belchior, a Raquel ligou?

      Hoje é o terceiro dia em que venho até a casa dos Belchior perguntar se a Raquel ligou, mandou mensagem, deu alguma notícia... qualquer coisa. Ontem, Lúcio me convidou pra entrar, passamos horas conversando. Falamos sobre mim, sobre ele, sobre o irmão e a mãe da Raquel, sobre a minha família... Conversamos bastante. Foi a primeira vez que sentamos e conversamos de verdade, ele é um homem com um ótimo vocabulário e eu me esforcei ao máximo para estar à sua altura. O inglês de Lúcio era uma mistura de sotaques - já que ele havia rodado o mundo inteiro trabalhando - diferente da Raquel, que quem não a conhece, diz que ela é britânica nascida, criada e enrustida.

Eu queria saber se ela está bem e porque ainda não deu nenhum sinal de vida. A única explicação razoável é que ela esteja ou morta, ou morrendo, ou no meio do mato, porque ela não vive sem eletrônicos se não estiver nessas condições. Eu sei que ela precisa de um tempo com o segundo lado da família, mas é agoniante ela simplesmente ter evaporado e não ter tido a sensibilidade de avisar a ninguém por tanto tempo. Os nossos amigos não param de me perguntar se ela está bem ou coisa e tal, e eu não sei o que responder pois não faço a menor ideia. Estou começando a ficar com raiva, muita raiva! Eu estou aqui preocupado e ela deve estar se divertindo na França e foda-se as pessoas que se importam com ela no Canadá!

Depois de sair da casa do senhor Belchior, fui comer num fast-food qualquer pois eu não estava a fim de almoçar em casa. Depois fiquei um pouco no parque central fazendo absolutamente nada, só não estava a fim de ir pra casa. Eu estava com raiva, saudades, indignado por ela ter sido tão egoísta assim. Ela podia ter falado alguma coisa, qualquer coisa. Poderia ter ligado, mandado mensagem, uma carta, um pombo-correio, um sinal de fumaça. Não é fácil ficar tanto tempo sem notícias da pessoas que se ama, não é fácil mesmo.

Fui pra casa do Chaz direto do parque. Não tenho nada pra fazer lá mas não tenho nenhuma ideia melhor. Ficamos conversando e zoando, isso me animou bastante, demos muitas risadas juntos. Fiquei lá até a metade da tarde, faltavam ainda três horas pra noite cair e eu já estava ficando cansado pois tinha ido cedo na casa da Rock. Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto, tirei a camisa, deitei e demorei um pouquinho para dormir pois ela não saía da minha cabeça. Ah como eu sentia saudades dela! Três dias sem notícia não estava sendo uma coisa fácil de lidar, afinal, eu a amo. O que posso fazer? Eu daria tudo para tê-la comigo, poderia até ter viajado com ela se eu tivesse sido avisado antes, estamos de férias e eu não faço ideia de quanto tempo ela ficará com a mãe no outro lado do Oceano.

Fui acordado bruscamente com a minha mãe me gritando do andar debaixo me pedindo pra ir fazer não sei o que pois ela estava ocupada. Acordei com mais sono do que quando fui dormir, mas me forcei a sair da cama. Desci as escadas sonolento mexendo no cabelo, aquilo já virara uma mania. A campainha estava tocando, deveria ser isso o que tanto alarmou minha mãe e me tirou do meu soninho de beleza. Deveria ser uma escoteira pedindo para comprarmos doces ou algo do tipo, estou com fome mesmo, ainda bem que deixei minha carteira no bolso da bermuda que estou usando. Abri a porta e deixei o sol de fim de tarde aquecer o meu rosto e ver quem tinha me arrancado do mundo dos sonhos.

-Sentiu saudades?

Aquilo era impossível! Eu deveria ainda estar sonhandoCACETE! 

Lá estava ela, ao vivo e a cores na minha porta. Com seu sorriso mais largo e olhar mais penetrante do que nunca. Raquel Delacour Belchior estava ali bem na minha frente.

E eu sentia um misto de vontade de beijar e vontade de esganar.

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Pois é leitoras, se ainda tiver alguma. Tirei uma folga de um ano das fanfics e um dia decidi voltar a postar porque eu odeio coisas incompletas, sem um fim de verdade e esclarecedor. Por isso, mesmo se ninguém estiver lendo, eu vou continuar postando para as leitoras que um dia clicarem no meu blog. E eu não quero que elas pensem "Aff q bosta n ta finalizada n vou saber o q vai acontecer mimimi" porque é assim que eu ficaria. Bom, agora estou de volta e só paro no último capítulo, dessa vez é sério. Eu devia ter dado mais valor a fanfic quando tinha seus 1000/2000 acessos em cada capítulo, mas o que posso fazer né. Bem, se alguém ainda estiver aí, você terá um final, prometo. Beijos.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Don't Break My Heart - Capítulo 38

/Raquel on



      Assim que pus meus pés na Europa, logo me bateu uma saudade da minha rústica Inglaterra... Por dois segundos esqueci de Christian. A viagem de carro foi longa, quase duas horas de puro tédio. Em Stratford não há aeroporto por ser uma cidade pequena, tivemos que ir para a cidade vizinha e lá embarcamos. Eu já havia estado na França antes, mas nunca em Paris. Quando passamos pela torre Eiffel, a aeromoça anunciou do alto-falante. Foi uma cena linda ver a torre de cima.

O fuso-horário estava me deixando confusa, saímos do Canadá cedo, apenas entardeceu, e agora está cedo novamente. Me sinto num universo paralelo, nunca me acostumei com fuso-horários. Acredite, eu quase enlouqueci no Japão.

Roberto foi a viagem de carro inteira dormindo com a cabeça deitada no meu colo. Percebi que Anelise sorriu automaticamente ao ver aquela cena pelo espelho retrovisor. Foi aí que eu percebi seu jovial piercing no tragus. E isso a deixou ainda mais nova do que já parecia aos meus olhos e aos olhos do resto do mundo.

O carro entrou num extenso condomínio. O dia estava nublado. Não faz muito sol na França, na verdade, estava bem frio. Percebi quando saímos do carro, cobri meus braços com as mãos me abraçando para conter o frio incessante, bati os dentes. Roberto, Anelise, e pelo visto o motorista também estavam acostumados pois não sentiram o tamanho desconforto que eu senti. Anelise abriu sua mala e retirou um imenso casaco de pele dali, entregando-me. Fomos caminhando pelas ruas do condomínio, algumas pessoas andavam por ali naquele momento. Todas não muito agasalhadas. Costume. Eu estava tremendo. Roberto passou a mão pelo meu ombro, colando seu corpo quente no meu. Ele era uns 10 centímetros mais alto que eu. Bastante pra um irmão gêmeo.

-Já estamos chegando, irmãzinha. Lá tem aquecedor, aposto que você colocará no máximo, certo?
Eu ri

-Me conhece bem! - Falei pausadamente por conta dos dentes que não paravam de bater.

Andamos por umas vinte casas, todas mansões com piscinas imensas, mas pré-congeladas. O Inverno estava anunciando sua chegada em Paris. E então finalmente chegamos ao nosso destino. Me deparei com uma enorme mansão mesclada em beje e branco. Uma mansão quase do tamanho da de Justin. E a "casa" de Justin era quase um castelo.

-Chegamos, meus amores! - Disse Anelise atravessando o imenso jardim.

O mais curioso do jardim era que as plantas estavam em estado de condensação. Estavam completamente geladas e endurecidas, estavam vivas e congeladas. Era uma visão realmente linda, aquelas plantas parecendo esculturas de cristal. Quando nevar então, ficará um colírio para os olhos.

Quando eu entrei na casa, encontrei uma sala de estar que mais parecia um salão. Havia um termostato e dois aquecedores, mas apenas um deles estava ligado. O pequeno sinal de calor me fez sentir um alivio. Amo frio, mas eu estava virando sorvete de Raquel lá fora.

Haviam também duas empregadas e uma babá. O lustre bem no topo da copa da sala foi o que mais me chamou atenção. Era um "objeto" que provavelmente era maior do que eu e mais brilhante que diamantes. Olhando bem, aquilo era de diamantes. Sinto cheiro de Ostentação.

Anelise atravessou o corredor, virou a primeira esquerda e subiu uma escadaria que mais parecia coisa de filme da Disney. Roberto se jogou num sofá branco que devia ter uns três metros de comprimento. Em sua frente uma televisão imensa. Ele bateu a mão no espaço ao seu lado.

-Fica a vontade! - Falou sorrindo.

Assim que eu cheguei perto do sofá para me sentar, ouvi duas vozes finas e femininas no andar de cima. Logo em seguida barulho de gente correndo e risadinha exalaram pela sala. Não demorou muito para que duas meninas de pele bem clarinha e olhos incrivelmente azuis surgissem no pé da escada. Correram e pularam em cima de Roberto.

-Rob! Tu m'as manqué! Pourquoi at-il fallu si longtemps? - Falou a mais alta.

-Content que tu sois de retour! - Disse a que parecia ter uns nove anos.

Eu tinha entendido pouca coisa, estavam o perguntando por que demorou tanto, falando algo de que sentiram falta dele e que estão felizes por ele estar de volta. O jeito que elas falavam era uma gracinha.

De repente as duas viraram o pescoço na minha direção. Cochicharam para Roberto:

-Qui est cette fille? - A mais velha perguntou quem eu era.

-Vous souvenez-vous quand Anelise dit que j'avais une sœur? - Roberto respondeu sorrindo pra mim. Ele falou tão rápido que não deu tempo de traduzir.

Elas fizeram uma cara bem engraçada quando ele disse tal frase. Acho que estava dizendo algo de que eu era a irmã dele.

A mais nova chegou perto de mim, a mais velha torceu o nariz. Parecia que estavam me analisando.

-Eh bien, Elle vous ressemble... - A mais velha disse que pareço com ele.


A mais nova tentou dialogar comigo, mas logo Roberto avisou que eu não falava muito de francês. E por fim, elas não falam português e pouco de inglês. Ou seja, não tem muito o que conversar.

A mais velha tinha um jeito estranho de me olhar, ela era um pouco mais nova que eu. Deveria ter uns 13 anos. A mais nova devia ter no máximo 10, tinha um rosto que parecia porcelana. Elas pareciam duas bonecas. No bom sentido.

As duas estavam vestidas em camisolas brancas de seda e a mais nova não largava um cachorrinho de pelúcia.

De repente, um homem , que quando eu olhei pensei: "Puta merda, cheguei no Paraíso" surgiu descendo as escadas junto com Anelise. Cacete! Quem diria que aquele homem poderia ser o famoso Fançois?! Eu imaginava um velho! Pra um homem de quase 40 anos... Cacete!

      Primeiro ele falou com Roberto, que apertaram as mãos e se abraçaram, depois seu olhar se voltou para mim, ele me analisou, perdi a respiração...

-Parlez-vous français? - Ele perguntou, ate o jeito que ele falava era sexy! Minha mãe hein! Que bom gosto.

Anelise estava pronta para falar quando eu a interrompi.

-Juste un peu, ici je vais passer une honte!

O expliquei que sabia um pouco e que iria passar vergonha , ele gargalhou.

-É um prazer conhecer a filha da minha esposa. Rachel, certo? - Ele disse em português que mais parecia o de Portugal.

-Na verdade, Raquel. - Falei envergonhada. Ele me deu um beijo em cada lado do rosto. - Mas as pessoas me chamam muito de Rachel, no Canadá essa confusão acontece o tempo inteiro! - Ele sorriu... Achei que fosse o sol mas era só o meu padrasto sorrindo.

-Filha, essas são: Fleur - apontou para a mais nova - e essa é Charlotte.

-Les filles, c'est ma fille Raquel. - Disse a minha mãe me apresentando para as meninas. A duas sorriram e eu retribui. Foi o máximo de contato que tivemos.

Eu amava ver o jeito fluente que minha mãe falava francês, era impressionante como ela dominava bem esse idioma. Assim como eu dominava o Inglês, ela dominava o Francês.

Até que acordei.

-MÃE! - Todos na sala se assustaram com o meu grito.

-O QUE?! - Ela gritou quase automaticamente.

-O CHRISTIAN!


(...)


/Christian on
     



      Eu estava uma pilha de nervos! Como em sã consciência a Raquel viaja e não me manda uma mensagem, ligação, sinal de fumaça, bilhete, qualquer coisa que me avisasse? Como vamos ficar separados durante as férias todas? Eu tinha um milhão de coisas em mente! Calma, Christian, calma, ela jamais faria de proposito, não é? NÃO É?!

Ai que paranoia.

-Caitlin! - Gritei do meu quarto. Ela chegou incrivelmente rápido.

-O que é?! - Disse abrindo minha porta com uma certa verocidade.

-Cadê o Marcos?!

-Sei lá, ele é meu namorado, não nasci colada com ele. Deve estar em casa, por quê? O que quer com ele?

-Ele tem alguma noticia da Raquel?!

Ela me pediu para esperar e tirou o celular do bolso, discagem rápida e logo em seguida me colocou na linha.

-Oi amor, o que houve? - Atendeu.

-Ai que nojo, não vem com essa de meu amor! Teve noticias da Raquel?

-Hãn? Pera... Christian? Por que está no celular da Caitlin?

-Responde logo, caralho!

-Sei la cara, noticia do que? O que houve, porra?!

-Ela viajou pra França e não deu noticia.

-Ah moleque, relaxa, daqui a pouco ela ta de volta, coisa do pai dela.

-Ih ta muito enganado, tem um lado feminino nesse parentesco.

-Calma, ai... A MÃE DELA?

-Isso aí

Ele soltou uma profunda gargalhada.

-Ih rapaz, Anelise apareceu? Fodeeeeeu! - Falou rindo.

Desliguei.

-E aí? Ele sabe de alguma coisa? - Caitlin perguntou pegando o celular.

-Claro que não, seu namorado é igual uma porta.

-Mais uma coisa que vocês tem em comum.

Respirei fundo. Ela estava estranhamente nervosa. TPM.

Eu cai na cama e suspirei.

-Isso só pode ser brincadeira. - Sussurrei pra mim mesmo.

-Olha só, tenho mais o que fazer. Se precisar de mais alguma coisa, não me chame.

-Ui.

Ela bateu a porta.

Eu estava pior que cego em tiroteio.


(...)


/Raquel on
     


      Minha mae me passou o celular mas ligar da Europa pra América do Norte, além de ser caro - isso não era um real problema pra eles - a ligação ficava um lixo! Eu estava entrando em colapso, como em sã consciência eu fui concordar com isso? Além do que: Falar esse tipo de coisa por mensagem não é realmente aconselhável.


-Vamos conhecer seu quarto? - Disse minha mãe quebrando o silêncio da minha mente barulhenta.

-Fazer o que, né? - Falei baixo e abri um sorriso amarelo.

Subimos aquelas escadas dignas de um castelo, logo me encontrei diante de uma bifurcação. Mamãe me indicou para a esquerda e assim fomos. Juro que passamos por uns 15 cômodos até subirmos mais um lance de escadas. Fiquei levemente ofegante, estou fora de forma.

Anelise passou por um quarto onde havia um porta azul cheio de colcheias, claves de sol e outros símbolos musicais, e paramos na frente de um quarto com porta preta decorado em caveirinhas fofas e guitarras. Porta dos sonhos.

-Conheça seu quarto.

Ela abriu a porta. Meu queixo caiu.

Maluco, o lugar dava três do meu quarto no Canadá!

Paredes mescladas em branco e preto, carpete magenta, uma televisão maior que minha janela, um closet estilo Hannah Montanah, cama king size... Ai, mas eu não quero outra vida!

Me joguei na cama. Me senti flutuar, calma ai!

Cama d´água?!

O QUEEEEEEEEE???

-Ai, eu não acredito! - Gritei. -Isso tudo é meu?! Que improvável!

-Claro que é seu, Raquel! Meus filhos merecem tudo do melhor. - Eu ri.

-Mãe! Obrigada! - Pulei do meu oceano particular e me enfiei no closet. Gente, aquilo era imenso, era outro quarto, um quarto só pra minhas roupas dormirem. Ai meu Deus! To me sentindo a garota mais feliz desse mundo!

-Caralho, essa gente nada em dinheiro! - Falei pra mim mesma. Eu ri. - Minhas roupas não vão cobrir nem um terço desse lugar!


(...)

domingo, 16 de março de 2014

Don't Break My Heart - Capítulo 37

/Raquel on     


      Eu fiquei de cara fechada a viagem toda. Só no avião eu dei uma relaxada lendo uma revista qualquer. Eu acho que ainda não me dei conta da gravidade da situação: Estou saindo do país, da América do Norte, estou indo para a Europa, outro continente e não avisei a ninguém. Como eu ainda não fiz um chilique?

Com certeza devem haver um milhão de mensagens da Daiana, perguntando por que eu não apareci. Foi por uma boa causa, tenho que admitir. Mas é que faz tempo que não saímos juntas e ela está começando a achar que estou a deixando de lado. Não quero que pense isso, afinal, ela é minha melhor amiga e nada vai mudar isso.

Eu adoro viajar de avião, mas eu estava me sentindo tão... mal! Christian vai ficar muito puto quando souber dessa viagem por outra pessoa! Uma hora ele estava comigo e agora eu saí do país com a louca da minha mãe na bagagem. Oi? É isso mesmo?


/Christian on


      Levantei cedo, hoje era dia de faxina. Eu detesto o dia da faxina. Toda a família Beadles tem que faxinar cada cantinho da casa.

Mamãe: Cozinha e Área de Serviço
Caitlin: Quarto e Banheiro
Papai: Terraço inteiro e Quarto do casal.
Eu: Sala e Quarto.

Depois a gente tira no pedra, papel e tesoura quem vai limpar a garagem. Coitado de quem perder, deve ter até gente morta ali.


Liguei o rádio do meu quarto no último volume, o chão chegava a tremer. Estava tocando "Get Lucky". Faxinar com música é muito melhor e o tempo passa mais rápido.

Como sempre meu quarto está - relativamente - arrumado, demorei 20 minutos pra terminar a faxina completa. Tempo recorde! Caitlin demora a vida pra arrumar o próprio quarto. Só o closet dela, é quase Nárnia!

-ABAIXA ISSO, CHRISTIAN! - Gritou meu pai de súbito.

-Já terminei mesmo... - Desliguei o rádio. O silêncio ressurgiu quase ensurdecedor. O som estava realmente alto.

Meu quarto estava limpíssimo. Com cheiro da homossexual Lavanda.

Homossexual porque... O quarto dos garotos da minha idade fedem a gambá morto... Nada de lavanda! Mas, pois bem... Esses caras não devem costumar transar em seus respectivos - e repugnantes - quartos... provavelmente. 

Hm... virgens.

Em duas horas terminei minhas tarefas. Tomei um banho rápido e logo já estava a caminho da casa dela. Acho que vou me mudar pra lá, já virou minha segunda casa.


As férias só haviam começado! Cait me convidou pra viajar com ela e Marcos para a Atlanta por uns dias. Claro, acompanhado de Rock. Porém, eu ainda estava pensando no assunto porque eu tinha em mente uma viagem para Vancouver com ela.

Em longos 15 minutos de caminhada, lá estava eu tocando a campainha. Ela bem que podia me dar uma cópia da chave, eu não saio mais daqui!

Não demorou muito e Lúcio abriu a porta. Eram pouco mais de cinco horas da tarde. O céu começava a falhar a luz do sol. Lúcio parecia levemente assustado em me ver, mas não falei nada.

-Olá, Christian.

-Boa tarde, senhor Belchior... A Raquel está?

Ele entortou a boca. Parecia com um pouco de receio de me responder.

-Puxa! Christian... Ela ainda não te contou?

-O que ela não me contou? - Comecei a ficar apreensivo.

Ele deu uma breve pausa.

-Anelise irá se casar esses dias. Raquel e Roberto foram com ela para presenciar a cerimônia.

-Pra onde? Quanto tempo a Rock vai ficar longe?

-Ele foram para... a Europa. França. Vão ficar por lá pelo resto das férias.

Eu fiquei paralisado.


-Senhor Belchior... hoje é algum dia comemorativo de pegadinhas no seu país? Por favor diga que sim e que está brincando.

-Sinto muito Christian, esse dia foi há alguns meses. Estou falando sério.

-Por que ela não me avisou? - Perguntei calmo, mas com mil pensamentos e com o sentimento de desespero começando a me tomar.

-Christian, ela tentou. Ela tentou mesmo. Foi uma viagem relâmpago. Ela teve menos de uma hora pra se arrumar, arrumar as coisas e tudo mais. Tenho certeza que ela mal pode esperar para entrar em contato com você.

-Hm... Ta certo, senhor Belchior. Já vou indo, vou tentar ligar, mandar mensagem... Algo assim. Bom dia para o senhor.

Abri um sorriso amarelo, virei as costas e sai andando, completamente perplexo.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Don't Break My Heart - Capítulo 36

/Raquel on

      

      Domingo. Junho. 2012.


      Eu estava stalkeando o perfil do Chris no Instagram, porque eu estava entediada e sentindo falta dele. Christian tinha ido pros Estados Unidos para visitar os avós junto com a família no fim de semana.

No mesmo momento ele me mandou uma mensagem no Snapchat com uma foto:

"I miss ya"






Eu respondi:

"Gostoso, volta logo!!"

"Relaxa que esse noite eu te faço uma visita assim que eu chegar no Canadá"

"Hmmmm"

"Bahahaha sua pervertida"


(...)


/Christian on
     



      Esse fim de semana em Atlanta foi... digamos... meio sem graça. Não que eu não goste de ver meus avós, eu os amo, mas eu estou acostumado com mais "entretenimento" nos fins de semana. Ao contrário de mim, Caitlin e mamãe estavam adorando. Maior parte do tempo fiquei jogando bilhar e poker com o meu pai. Além do mais, Marcos veio junto com Caitlin pois ele tem uma casa em Atlanta. Eu poderia ter trazido a Raquel e ela poderia ficar na casa do Marcos, já que meus pais não deixariam ela dormir comigo na casa dos velhos. Só não a trouxe porque ela precisa passar mais tempo com seu irmão.

 
Nesse momento eu estou no avião de volta pra Stratford. Mal posso esperar pra colocar os pés no Canadá. Mal posso esperar pra colocar as mãos na Raquel. É muito ruim ficar um fim de semana inteiro longe dela, mal consigo um dia.


Horas e horas no avião, mais pareciam uma eternidade. Eu mal posso esperar pra chegar, não gosto muito de viagens internacionais, por mais que os países sejam colados um no outro. Mesmo assim.

Ao - finalmente - chegarmos em casa, eu apenas deixei minha mala em cima da cama e nem me preocupei em desfazê-la, mal avisei meus pais e já saí de casa... Rumo a casa da Raquel.

Eu tava com tesão, carência, saudades... Tenho até pena da Raquel quando eu bater os olhos nela.

Fui praticamente correndo até a casa dela, estou a muito tempo sem tê-la.

Quando eu avistei a típica caixa de correio toda rabiscada dela, minha respiração até mudou. Eu toquei a campainha e não demorou muito pra abrirem a porta. Ela estava com um shorts bem curtinho e coladinho azul, camiseta preta com caveirinhas e com o cabelo úmido. Provavelmente tinha acabado de tomar banho. Minhas pupilas dilataram.

-Christian! - Falou sorrindo quase num grito.

-Oi meu amor... - Falei já puxando pela cintura e a colando em mim. Suas mãos foram para o meu peito.

-Mas você disse que viria à noite. - Ela falou baixo. Que saudades daquele sotaque carregado.

-Mas Raquel... São quase seis horas... da noite!

-Não acha que ta meio cedo? - ela sorriu e eu soltei uma gargalhada.

-Amor, a gente já fez nheconheco no colégio, isso umas nove horas da manhã! Lembra disso? - Ao recordar, Rock riu baixinho encostando o rosto no meu peito.

-Pior que você tem razão. Mas... - eu a interrompi.

-Mas nada, Rock, eu quero te sentir amor, eu definitivamente estou na mão faz mais de uma semana! -Comecei a beijar seu rosto. Ela riu. - Para de fazer doce, amor. - Sussurrei.

-Mas eu ia sair com a Daiana... Eu tenho que ir...

-Não tem não... - Tomei seus lábios num beijo colando nossos corpos. A puxei pro meu colo e comecei a subir as escadas enquanto ela tirava a própria blusa e me beijava.

Do nada ela parou de me beijar e se afastou um pouco.

-Christian, eu esqueci de cortar as unhas. - Quando ela me disse isso, eu parei tudo com ela na escada ainda no meu colo e a fitei.

Eu puxei o ar mas não falei nada, em vez disso olhei pro lado e suspirei. Ela deu uma risadinha fofa, que foi aumentando até virar uma gargalhada. Eu acabei rindo junto.

-Christian!

-Fala, mulher.

-Vai ficar de cu doce mesmo?

-Pera, to aqui pensando se vale a pena... - Ela arregalou os olhos e começou a se debater nos meus braços.

Eu comecei a rir da reação dela.

-CHRISTIAN, SEU FILHO DA PUTA! ME LARGA!

Aí sim eu continuei subindo as escadas enquanto ela se debatia.

Quando eu cheguei no segundo andar, ela parou, me olhou com bico e cruzou os braços.

-Rock, você sabe que eu te amo, você sabe que eu te quero a qualquer momento em qualquer lugar, até se você fizer cosplay do Wolverine. Então só relaxa, sua boba. Eu estava apenas brincando e você sabe disso. - Lhe dei um selinho, e outro e outro e vários outros. Mas ela só foi ceder quando a beijei de verdade.

Suas mãos estavam bagunçando meu cabelo quando cheguei ao seu quarto, a colocando na cama e sem delongas subindo em cima dela.

-Christian... - Dei "espaço" pra ela falar descendo os beijos para o seu pescoço.

-Hm?

-Meu irmão está em casa e meu pai já está para chegar, amor... - Enquanto ela falava isso eu já tinha tirado minha blusa e meu cinto.

-E daí? - Eu fiquei de joelhos na cama e comecei a desabotoar o shorts dela observando suas reações. Ela mordeu os lábios.

-Você venceu, como sempre! - Ela me puxou e me tomou num beijo, logo senti suas mãos abrindo meu zíper.

Eu já estava posicionado entre suas pernas quando puxei seu sutiã o retirando de seu corpo. Como eu sentia falta de chupar esse peitos, nem perdi tempo. Logo em seguida a beijei, retirei minha calça por completo e ela retirou a própria calcinha.

Já estávamos completamente nus, meus lábios estavam em seus lábios quando senti sua mão procurando meu pênis. Puxei-a e guiei até o lugar certo.

Arfei de leve quando senti seu toque gelado. Ela era tão delicada quando me tocava ou chupava que chegava até a ter uma certa inocência em seus atos. E isso me instiga pra caralho!

Ela aumentou a intensidade dos movimentos, eu fechei os olhos e relaxei o corpo deixando ela fazer o trabalho, minha cabeça estava repousada na curva de seu pescoço e sua respiração estava pesada. Já a minha respiração... na verdade eu nem sei como estava respirando com aquela mulher me masturbando.

Quando eu já estava sentindo que ia gozar, retirei sua mão. Ela cruzou as pernas em volta da minha cintura... Hm... Safada. Ela sabe que assim eu consigo penetrar mais fundo sem machuca-la.

Espertinha.

Segurei em sua coxa esquerda e me posicionei, ela sorriu e fechou os olhos. Suas mãos estavam apoiadas em meus ombros. E então comecei a estoca-la, comecei com penetrações lentas e fui aprofundando aos poucos. Ela gemia de leve, baixinho, de olhos fechados.

Quando eu acelerava mais as estocadas e ela ameaçava gemer alto, eu tapava sua boca - por conta de Lúcio e Roberto - sem parar de penetrar, ela só faltava subir pelas paredes por que eu não deixava ela se "expressar" - foi assim que ela reclamou.

Fizemos amor até o céu escurecer completamente. Depois ficamos deitados de conchinha, apenas desfrutando da companhia um do outro.



/Raquel on  


       Alguns dias se passaram, e agora já eram férias... FÉRIAS! Tenho o mês de Julho inteirinho pra farrear, dormir e acordar tarde, namorar... ! Ai nem acredito! Eu merecia, me matei de estudar pras provas do meio do ano pra não ficar de recuperação, agora foda-se, tô nem aí, tô de férias!

     

Eu estava no quinto dia de férias, tinha aproveitado pouco ainda. Eram umas onze horas da manhã e eu estava dormindo e sonhando com Jensen Ackles. Mas na melhor parte do sonho algum infeliz tinha que vir me acordar... Eu mereço!

-Raquel? Raquel... ! - Uma voz masculina estava me chamando. Agora ficava difícil saber quem é quem porque estou morando com dois homens ao invés de um só.

-Pronto, to acordada! - Falei irritada, eu sempre fico irritada quando sou forçada a acordar.

Quando ergui meu olhar, era Roberto, já de banho tomado com seu habitual chapéu preto usando uma blusa do System Of A Down e calças largas.

-O que ta acontecendo? - Levantei ajeitando meu cabelo, que não estava num dos seus piores dias, realmente.

-A mamãe disse que voltaria para nos buscar... Ela está lá em baixo.

-Pera... Relaxa ai, Roberto... Mamãe? Buscar? What - The - Fuck?! - Eu desci as escadas feio um furação, nem liguei de estar de pijama ou com aquele habitual aspecto de recém-acordada. Afinal, era minha mãe, diga-se de passagem.

-O que você está fazendo aqui outra vez? - Perguntei passando a mão nos olhos que estavam levemente embaçados.

-Olha o tom, mocinha. - Disse meu pai, me repreendendo.

-Mas que tom?! - Disse relutante. - Aí, deixa pra lá! Fala, Anelise... - pigarreei - Mãe.

-Filha, o casamento! Eu vou me casar oficialmente! Vél e grinalda...

-Eu sei o que é um casamento... Mas o que eu tenho haver com isso? Quem vai se casar é você. E pela milésima vez só esse ano eu estou sendo a última a saber! - Eu só queria voltar a dormir. Anelise fingia que eu estava sendo super comportada porque parecia que sua paciência era infinita com o meu mau humor.

-Eu quero que você vá, oras! - Disse entusiasmada.

-Hm... Aonde vai ser?

-França, claro! Que lugar é melhor do que Paris para realizar um casamento?!

-Quanto tempo vai demorar? - Falei sem entusiasmo nenhum.

-Vocês irão passar as férias comigo! Na França! - Engoli em seco.

-As férias todas?!

-Só se vocês quiser, filha. - Falou abaixando o olhar, ela começou a ficar vermelha. Aquele era um dos sinas de quando Anelise queria chorar.

Eu suspirei.

-Claro que eu quero, mãe. - Falei cedendo.

-Ah que bom! Seu vestido está quase pronto! Ele é azul celeste... Fleur, minha enteada mais nova, que escolheu. Disse que são da cor dos meus olhos. Não é uma gracinha?

-Indiscutivelmente! - Falei num tom irônico. Meu pai pigarreou e eu me recompus.

-Viajaremos em poucas horas...

-Pera... HORAS?! Mas, mãe! E o Christian? E a Dai, o Marcos e o Will? A Jas, a Megan? Chaz, Justin e Ryan! ABIGAIL! Eu tenho pessoas pra me despedir! Tenho malas pra fazer! Banho, café da manha... Ai, eu vou enlouquecer!

-Então é melhor se apressar. - Disse meu pai, ríspido. Já estava perdendo a paciência comigo.

-Mas papai!

-Anda logo, Rock! Não seja mimada, vá logo.

-Mimada?!

-VAI, RAQUEL!

-Ui, to indo, calma.

Subi as escadas correndo, ao passar pelo quarto do Roberto vi que ele estava deitado na cama, pensando enquanto olhava pro teto branco e sem graça. O quarto dele ficava sempre tão arrumadinho, o meu eu mal arrumava a cama...

-A mamãe quer te ver. - Falei encostando na porta dele.

-Ah, claro! Tô indo. - Ele se levantou num pulo. Desceu rápido. Ele é realmente um ótimo garoto.

Fui pro meu quarto, pulei pra puxar minha mala no topo do meu guarda-roupa e tudo caiu na minha cabeça, ótimo. Saí socando as roupas dentro da mala com pressa, eu queria tempo pra me despedir pelo menos do Chris!

Tomei um banho rápido e logo estava pronta. Mas não rápido o suficiente.

Quando eu cheguei lá em baixo, o táxi já tinha chegado e as malas de Roberto já estavam lá.

Tarde demais!


Tarde demais...
     


Fiquei me repetindo essa mesma frase na viajem de carro inteirinha. E se fossem me procurar e eu não estivesse? Meu celular estava sem bateria, aparentemente Roberto não tinha um e eu não ia pedir o da Anelise
, porque não. Aff! EU MEREÇO!


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                      HEEEEEEEEEY !!

Pois é, eu parei de pedir comentário porque eu to demorando pra postar e bá.

Mas galerinha, eu só to demorando pq meu note ta dando uns bug aqui pq eu tentei baixar uns bag e eu sou ruim nisso.

Bom... a Fanfic deve ter uns 40 e poucos capítulos, eu ainda não calculei. E além do mais são quase três horas da manhã e eu quero dormir porra.

Enfim... aproveitem os capítulos finais de DBMH e boa noite pra mim.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Don't Break My Heart - Capítulo 35


/Roberto on


       Nossa conversa já estava natural e parecia que já nos conhecíamos há anos. Com a Raquel o assunto flui fácil e gosto muito disso, facilita tudo.

-Você vai permanecer no Canadá? - Raquel me perguntou. - Quero dizer... você tem onde ficar né?

-Sim e sim. - Ela riu.

-E aonde você vai ficar? É longe daqui?

-Hm... Na verdade... Eu vou ficar aqui mesmo... - Ela abriu um sorriso largo.



-Sério?! - perguntou entusiasmada.

-Sim!

-Vai morar comigo?! - Ela pulou do sofá.

-Sim... Temporariamente...

-Quanto tempo?

-Até as férias de julho... Eu acho.

-Estamos em maio... Temos tempo!

-Tempo pra quê? - Perguntei curioso

-Pra eu te mostrar o lado bom do Canadá, ora!

-Lado bom do Canadá?

-Diversão, Roberto!

-Aaah ta... Maravilha! - Ela gargalhou.



(...)



/Raquel on

       Fomos para o meu quarto e conversamos até tarde da noite, Anelise voltaria para a França no dia seguinte e eu fiz questão de que ela dormisse no meu quarto. Bom... eu dormi no sofá. Se bem que o sofá era até confortável. Não foi um sacrifício muito grande.

Pra variar, quando eu acordei ela já tinha ido embora sem nem se despedir de mim. Ainda estava escuro, deviam ser mais ou menos umas 05:30 da manhã.

Olhei para os lados e avistei em cima da mesinha de cabeceira um bilhete com o meu nome. Estranhei, óbvio. Deveria ser alguma desculpinha da Anelise. A enteada deve ter ficado doente ou algo do tipo e ela teve que ir embora cedo.

"Filha, eu sinto muito mesmo não ter me despedido de você, sei que foi errado da minha parte. Mas, assim como você, eu odeio despedidas. Eu vou ficar na França por um tempo pois minha vida é aqui. Em um mês eu  volto pra buscar-lhes.                           

Com todo o amor e carinho,

Mamãe
Nem terminei de ler, envolvi a carta no meu punho e a amassei por completo. Nesse momento, Roberto desceu as escadas vestindo uma samba-canção azul e correndo a mão pelo próprio peito, eu me enrolei nas cobertas e fingi que estava dormindo. Ele caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e ficou parado. Ele não fez nada. Absolutamente nada. Parecia um zumbi. Depois fechou a porta e subiu as escadas devagar. Eu fiquei pensando naquela cena bastante tempo... Até que o papel caiu da minha mão e quando eu o peguei, vi que tinha algo no verso:


"PS: Às vezes o Roberto tem crises de sonambulismo! Não o acorde. Beijos "


(...)



O caminho todo de volta ao meu quarto, eu fiquei me perguntando se eu teria tendência a ter sonambulismo, ou se eu tenho e não sei... Ele é meu irmão gêmeo e numa dessas aulas de biologia, eu aprendi que tenho 40% de chance de possuir qualquer doença crônica ou hereditária que o gêmeo adquirir.




Tum... tum... tum...


Batidas fortes e repetitivas. Nem terminei de subir as escadas até o meu quarto e as ouvi. Estavam vindo do corredor lá em cima

Subi mais alguns degraus e pude ver o que estava acontecendo.

Roberto estava batendo a cabeça na parede sem sair do lugar e com os olhos fechados. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, meu pai saiu de seu quarto e caminhou em direção a ele. Ficou por trás de Roberto e quando ele tomou impulso para trás para logo em seguida bater a cabeça outra vez, meu pai colocou a mão na frente da testa dele amortecendo o impacto.

Aos poucos Roberto ia parando os movimentos e quando terminou definitivamente, meu pai o fez caminhar - ainda dormindo - até seu quarto e o colocou na cama. Fechou a porta e voltou para o seu quarto.

O que mais me deixava surpresa era que meu pai sabia exatamente como agir.


(...)


Os dias foram passando e as aulas também. O ano letivo na França é diferente do Canadá, além disso, Roberto já estava com todas as suas notas em dia. Ótimas notas. Já eu, passei rasante pela recuperação, por pouco fico. Se bem que o ano ainda está na metade.

Já estávamos em junho. Era uma madrugada de sábado e Christian tinha ido visitar os avós em Atlanta junto com a família neste fim de semana.

Eu estava deitada na minha cama sintonizando os canais. Meu pai já estava dormindo e Roberto estava no quarto dele. Ele nunca mais teve crise de sonambulismo desde aquela noite.

     
Eu estava escovando o meu cabelo quando alguém bateu na porta.

-Pode entrar.

Sai do banheiro e dei de cara com Roberto todo arrumado.

-Oi... - Ele sorriu tímido, colocando a mão nos bolsos. Ainda não tínhamos nos acostumado com a presença do outro completamente.

-O que aconteceu? Ta tudo bem? - Deixei a escova na pia e voltei.

-Só não... Não consigo dormir. Estou tendo pesadelos.

-Tem alguma coisa que eu possa fazer?

-Quer passear comigo? - Eu fiquei calada por um momento, sem saber o que responder - Eu sei que está tarde, mas é que quando eu tinha insônia, digo, na França, eu costumava passear até confortar a mente. E quando eu fazia isso, era com algum amigo. Sendo que você é o que eu tenho mais próximo aqui, então...

-Eu não sei... São 01:30 da manhã... Papai vai sentir nossa falta e vai acabar mal. - Ele sorriu de lado.

-Ah Raquel...

-Eu não acho que seja uma boa ideia...

-Vamos... !



Suspirei.

-Você ganhou!

Ele sorriu.


Eu apenas troquei meu shorts e saímos pela porta dos fundos.

      A rua estava vazia, só o que se escutava era o cricrilar dos grilos e o som de folhas secas do outono caindo. Estava realmente agradável aquele momento. Tirando o fato de que o frio começava a me tomar a cada passo que dávamos para longe da casa.

-Pra onde vamos? - Perguntei cruzando os braços, tentando me proteger do frio.

-Tem alguma praça por aqui? 

-Aham. É perto daqui, só leva uns minutos até chegarmos lá.

Fomos conversando até chegarmos à Praça Central de Stratford. O lugar estava até irreconhecível de tão vazio. Caminhamos um pouco e por fim nos deitamos no gramado, olhando para o céu estrelado, um do lado do outro.

Ficamos em silêncio no começo, mas não demorou muito pra conversa fluir como sempre acontece entre nós dois. Falamos sobre o tempo, sobre a família e até sobre nossas cores e bandas favoritas. Cada vez nos conhecíamos mais e víamos que tínhamos muita coisa em comum.

-Você... sabia que é sonâmbulo? - Falei na cara dura. Ele sorriu de lado.

-Sim... Eu já tive alguma crise aqui? - Falou preocupado.

-Na verdade sim...

-Ah ta! Por isso acordei com dor de cabeça! Isso explica tudo! - Eu ri. - Nenhum médico sabe ao certo por que eu tenho essas reações, deduzem que é por causa de emoções fortes. Fazia tempo que eu não tinha crise... Uns dois anos. Quando eu tinha 14 anos, minhas crises não passavam de ir até o quarto da minha mãe e dormir no chão na frente da cama dela. Ela sempre deixava um colchonete ali. - Eu ri. - Só umas vezes que eu errava o caminho e ia parar no quarto das minhas meia-irmãs, minha reação era puxar o cabelo de alguma delas.

Eu gargalhava com a forma que ele me contava.

Caminhamos mais um pouco pela praça e sentamos nos balanços.

-E sua namorada? Digo, você tem namorada?

-Eu não namoro... Não gosto de namorar, da muito trabalho! - Eu ri.

-Saquei... Se liga mais não se envolve né?



-Alguma coisa parecida com isso... - Ele respondeu e eu ri.

-E você? Tem namorado?

Assenti com a cabeça.

-Ele está nos EUA, vai voltar semana que vem.

-Ele sabe de mim?

-Sabe! - Roberto riu baixinho.


Passamos horas e horas ali, quando fomos perceber, o sol já estava nascendo e o papai logo iria acordar. Corremos pra casa. Entramos de fininho e vimos papai na cozinha fazendo café da manhã, corremos para os nossos quartos tentando não ser vistos.



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Mudei o user do Twitter!


Genteeeee, voltei pra vcs!  Não falta mto pra fic acabar ... Mas eu tenho várias outras em mente e tals... Vcs n vão se livrar de mim tão cedo.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 34

/Roberto on


      Eu nasci no Brasil e morei minha vida toda em Paris com a minha mãe, meu padrasto e minhas meia-irmãs mais novas.

      Toco guitarra numa banda de amigos lá da França. Sempre fui fã de rock 'n Roll e roupas do gênero. Minha mãe sempre dizia que esse era um dos pontos fortes entre mim e Raquel.
Sou melhor em Francês do que em Português, não sei muito de Inglês. Em português, eu entendo tudo o que me falam, mas nem tudo sei falar.

      Minha vida, sem dúvidas, foi ótima. Sou rodeado de amigos, minha mãe sempre foi maravilhosa na minha criação, minhas irmãzinhas são uns doces e meu padrasto é definitivamente um segundo pai pra mim. Minha convivência familiar é a melhor impossível.
     
      Em 2007, descobri a existência da minha irmã gêmea, praticamente por conta própria. Eu estava vendo umas fotos com a minha mãe e uma toda decorada caiu de um dos álbuns, uma garota de mais ou menos uns oito anos estava nela, era muito parecida comigo e eu não conseguia parar de perguntar quem era aquela menina. Então, como mamãe viu que não dava mais pra esconder, me contou toda a história na mesma noite.

Contou sobre papai e o quanto se sentiu triste quando seu primeiro casamento não deu certo. O nome da minha gêmea era Raquel, e na época ela morava ainda na Inglaterra.

      Dois anos depois, eu fiz um intercâmbio pela Inglaterra. E apenas por algum milagre de alguma força maior, a vi pela primeira vez. Ela estava de longe, estava passeando pela rua bem em frente ao Big Ben enquanto mexia em seu celular, fiquei em paralisado e quase não acreditei. A reconheci no mesmo momento, mesmo de longe. Mamãe havia me dado uma foto dela que, até hoje, eu carrego na carteira. Eu encarava aquela foto todas as noites antes de dormir, torcendo para que um dia eu a conhecesse pessoalmente. Eu fiquei meio que perseguindo-a até perdê-la de vista.

Na época, seus cabelos chegavam na cintura e estavam jogados para o lado, ela estava com uma blusa de uma banda chamada "Muse" e usava belas botas de couro com tachinhas.

Pensei seriamente em ir falar com ela, mas então pensei melhor e imagine que louco seria: "Olá, sou seu irmão gêmeo da França, sou obcecado em te conhecer, como vai?" Certamente a menina chamaria a polícia ou um manicômio.

Passei minha vida inteira curioso para conhecê-la pessoalmente, a foto já estava velha e meu peito se enchia de esperança cada vez que eu imaginava nosso encontro. Já cheguei a sonhar várias vezes com isso, mas nada se compara a realidade.

E agora, nesse momento, eu estava cara a cara com a minha irmã, meu sonho estava se realizando finalmente! Minha pupilas dilataram, ela era tão linda quanto minha mãe sempre dissera...

Depois de anos ansiando por esse momento, finalmente chegou! Eu nunca estive tão feliz, tão entusiasmado em toda a minha vida... Nem quando meu pai me deu uma guitarra Gibson oficial, uma das melhores e mais caras marca de guitarra.

Seus cabelos estavam mais curtos do que quando a vi pela primeira vez, sua fisionomia não mudara muito desde então. Ela tinha a cor dos meus olhos, a cor da minha pele e a cor dos meus cabelos. Realmente, éramos bem parecidos. As poucas diferenças era que eu tinha algumas sardinhas e era mais alto que ela. Mas tínhamos os mesmos traços.

Minha irmã.

-Raquel? - Pronunciei maravilhado. Ela me fitava fixamente e com as sobrancelhas levemente franzidas. Ela tinha um par de olhos expressivos e grandes que olhavam cada centímetro do meu rosto.

Meu sorriu se abriu tímido, e meus olhos marejaram. Eu queria chorar de felicidade.

Nós tocamos nos rostos um do outro, ela tentava falar mas perdia as palavras. Quando menos esperei, ela me puxou para um abraçou. Um abraço apertado. Um abraço de saudade. Dezesseis anos separados. O sonho da minha vida estava se realizando.



-Je ne peux pas croire... - (Eu nem consigo acreditar) sussurrei abraçando-a ainda mais forte.

Quando nos soltamos, minha mãe estava emocionada. Virei pra Raquel novamente:

-J'ai tellement de choses à vous dire! - (Tenho tanto para te dizer!) Ela franziu o cenho. Minha mãe me repreendeu.

-Elle ne parle pas français! - (Ela não fala francês!)

-Ótimo, não falo inglês mesmo. - Falei em português. Raquel riu nervosa.

-Também tenho muita coisa pra te contar... - Me respondeu. Ela tinha entendido o que eu havia dito. - Falo só um pouco de francês...

Todos ficaram em silêncio por um breve momento.

-Vocês querem ficar sozinhos? - Falou meu pai, de súbito. Todos tinham esquecido a presença dele por ali. Eu já tinha matado minhas saudades dele, a última vez que nos vimos foi há anos atrás. Ele estava encostado perto da escada nos fitando com os braços cruzados e com a cabeça meio abaixada. Nos entreolhamos mas não respondemos.


-Venha Anelise, deixe as crianças à sós, eles tem muito para compartilhar.

Lúcio virou-se e começou a subir as escadas em direção ao segundo andar. Minha mãe foi atrás, ainda com os olhos marejados e sorriu nervosa ao passar por nós.

Logo estávamos sozinhos. Virei-me para Raquel.

-Hm... - Sorriu de lado - Quer se sentar?

-Tudo bem. - Respondi acompanhando-a.

Nos sentamos no sofá e no começo não sabíamos o que falar um para o outro, ainda estávamos nos recuperando de tudo. Começamos a conversa com coisas simples, logo depois, perguntando um ao outro como foram esses 16 anos longe, sem nem cogitar a existência do outro. Raquel me contou sobre sua mágoa pela mamãe, e eu a contei sobre as fotos que mamãe tinha dela e que sempre chorava quando as via. Mesmo na época eu não sabendo quem era aquela menina, me espreitava pela porta de seu quarto e a via chorando, eu sempre corria para abraça-la. Eu deveria ter uns... 7 anos de idade. Os olhos de Raquel encheram-se d'água.

-Ta falando sério? - Perguntou segurando as lágrimas.

-Mas é claro que estou! Ela te ama, mas teve que assumir suas responsabilidades como mãe para comigo também. Não dava para permanecer no Brasil e na França ao mesmo tempo, ela se apaixonou novamente e decidiu ir morar lá pois sabia que você não estaria sozinha. Ela sofreu muito, acredite.

Ela sorriu.

Conversamos por horas, esquecemos nossos pais que ainda estavam no segundo andar fazendo sabe se lá o que. Era engraçado quando ela falava muito rápido, eu pedia pra ela repetir tudo de novo e devagar.
-Você não sabe o tamanho da minha felicidade em estar aqui falando com você, depois de tantos anos, finalmente aqui estamos. Parece apenas mais um sonho... - Eu a olhava inebriado.

-Espera... Você já sabia que eu existia? - Ela olhou no fundo dos meus olhos e ficou séria, recostando-se no sofá.

-Hm... Éh... - Suspirei, era melhor falar a verdade - Na verdade, sim. Desde os 10 anos.

Ela ficou em silêncio por um momento.

-Foi muito egoísmo da parte deles... Sabe? Ter feito isso com a gente... Não foi justo.

-Concordo. Esperei seis anos por esse dia. Desde então eu fiquei desesperado em te conhecer. Mas éramos apenas crianças e seria demais pra nós, talvez até traumatizante.

Eu não conseguia parar de olhar pra ela, eu ainda estava em êxtase.



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Beeeem... Eu não tenho nem o que falar...

Eu fiquei ausente um BOOOOM tempo... Mais de um mês sem postar... Eu sei! Podem me bater, eu deixo. Só por favor não machuquem o meu nariz, soube que da mó trabalho pra reconstrução.

PASSEI DE ANO PORRANNNN!
Agora que eu já passei... Vou conseguir produzir os capítulos cada vez mais rápido!

MUITO OBRIGADA POR CONTINUAREM COMIGO E TEREM PACIÊNCIA pq olha

Juro que vou tentar não vacilar tanto...

BEIJO!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Don't Break My Heart - Capitulo 33


/ Raquel on



- IRMÃO GÊMEO?! COMO ASSIM, GENTE!!? PELO AMOR DE DEUS! ISSO É IMPOSSÍVEL!!

Os dois abaixaram a cabeça.

-Vocês dois estão me zoando né? Isso não é POSSÍVEL! Eu sou filha única desde que me conheço por gente! COMO PODE SURGIR UM IRMÃO ASSIM DO NADA?! E ainda por cima GÊMEO!!?PAI! MÃE? O QUÊ?! NÃO!

-Filha, é a verdade. - Disse meu pai. Seu me olhar diretamente.

- NÃO PODE SER!! E mesmo se for... COMO VOCÊS PUDERAM TER ESCONDIDO ISSO DE MIM TANTO TEMPO!? VOCÊS SABEM O QUANTO EU ME SINTO SOZINHA DESDE QUE A MAMÃE FOI EMBORA?! SABEM COMO EU PRECISAVA DE UM IRMÃO PRA ME FAZER COMPANH
IA?! AGORA EU JÁ NÃO QUERO MAIS!! NÃO PRECISO MAIS!!




Anelise engoliu tudo séria, mas então lágrimas começaram a cair de seus olhos e ela apertou os lábios. Dava pra ver que tanto ela quanto meu pai sentiam-se culpados com tudo isso. Mas eles já deveriam saber que isso jamais daria certo.



-Filha, quando você e seu irmão nasceram, eu e sua mãe já estávamos separados. Anelise já tinha conhecido François, seu padrasto. Então, nos divorciamos totalmente, e na divisão de bens tudo foi separado. Até vocês dois. Eu fiquei com a menina e ela o menino. Anelise só pôde ficar aqui até o término da amamentação, ela teve que voltar para a França de vez quando o seu irmão...

-Já entendi pai. Chega, já entendi. Minha mãe me trocou por ele.

-Filha, não foi isso!

-CHEGA!! - gritei. - VOCÊS SÃO DOIS MENTIROSOS E NÃO DIGAM QUE PENSARAM EM MIM QUANDO FIZERAM ISSO, PORQUE TAMBÉM É MENTIRA!! SABEM QUE EU NÃO SUPORTO MENTIRA!! Vocês me dão nojo.

Como ninguém falava nada, deixei os dois ali e fui em direção à porta.

-Aonde você vai? - Perguntou meu pai. Eu apenas bati a porta com força e as lágrimas começaram a descer. Lágrimas de ódio.


/Christian on


      Primeiro apareceu a mãe da Raquel toda animadinha e falando francês, depois o pai dela apareceu e meu cérebro entortou de vez: todo mundo falando português. Começaram a gritar um com o outro. Eu só sabia que estava tudo extremamente tenso ali. Nem me meti, nem sabia do que se tratava. Raquel e Anelise começaram a chorar e meu coração se partiu. Não aguento ver mulher chorando...

Raquel passou pela porta e a bateu com força. Lúcio disse alguma coisa e já ia a abrindo-a para ir atrás dela.

-Eu vou. - Falei em inglês, óbvio. Ele entendeu, Anelise nem tanto. Lúcio assentiu com a cabeça e eu fui atrás da Raquel.

     

Quando cheguei lá fora, ela já estava longe, chorando. Corri para alcança-la. Ela virou a rua menos movimentada e sentou-se numa calçada. Ali ela desabou. Fui chegando perto devagar e então sentei em seu lado.

-O que aconteceu lá amor? Conta pra mim...

Ela estava com as mãos no rosto, tapando-o para eu não ver suas lágrimas.

-Amor, olha pra mim... - Levantei seu queixo, seu rosto estava vermelho e seus olhos também. Aquilo encheu os meus olhos. - Me conta. - sequei suas lágrimas.

-Eu tenho um irmão, Christian! Um irmão, - sua voz estava totalmente embargada.

-Mas o que há de...

-Um irmão gêmeo! - ela exclamou.

Senti duas diferentes sensações: Surpresa e embrulho no estômago. Eu nunca tinha imaginado uma versão masculina da Raquel. Nunca mesmo.

Até agora.


-Amor... como isso aconteceu?


Ela me fitou como se eu tivesse dito uma bobeira.

-Até parece que você não sabe como acontece...


Demorei um pouco pra cair na ironia dela. Ela ficou me olhando duvidosamente até eu entender o sentido daquela conversa.

-Ah! Saquei.

-Finalmente! Loiro.

-Nada a ver, nem sou. Não tanto assim... - Ela riu. Tudo o que eu queria. Mas assim que ela terminou de rir, emendou um choro ainda mais alto. Raquel estava em crise.

-Não, não! Raquel, não cho... - Antes de eu terminar, ela me abraçou num ato desesperado e chorou no meu peito. Vê-la tão mal, me fazia ficar mal. Sabe, ela é a razão da minha felicidade, não tem sentido ficar feliz quando ela não está.


-Cara, minha vida inteira foi uma mentira. Minha VIDA INTEIRA! Eu não merecia isso, sério. Nunca fiz nada de mal à ninguém, então por que Deus está me castigando assim?!

-Talvez não seja castigo amor... Deus escreve certo por... - Ela me interrompeu.

-Se você disser "por linha tortas" eu juro que te dou um soco. - Ri em silêncio imaginando a cena. Quando ela quer, tem uma mão pesada...

-O que você quer que eu diga então, amor? Eu faço o que você quiser.

Minha blusa começava a ficar molhada, e eu senti uma lágrima cair dos meus olhos. Por fora uma lágrima, por dentro eu soluçava junto com ela.

-Só diga que vai ficar comigo, vai me apoiar. Você é a única coisa de verdade que eu sinto que tenho, Christian.

Ficamos em silêncio, tudo o que se escutava eram os suspiros da Raquel.

-Eu te amo tanto... - Sussurrei.


(...)


/Lúcio on


      Aos vinte e poucos anos eu era um rapaz tímido, com poucos amigos e muito inteligente. Foi numa noite Outono. Eu estava numa confraternização da minha Faculdade de Administração quando ela passou por mim. Cheia de garotos em volta, todos tentando planejar um jeito de leva-la pra cama. Belos e longos cabelos loiros e um par de olhos tão azuis quanto as águas mais claras do Caribe. A garota mais linda que eu já tinha visto. E a mais desejada também.

      Todos foram para o redor da fogueira, beber, conversar e assim vai. Eu estava bebendo, mas num canto e sozinho. Tinha acabado de terminar um namoro de três anos, ela foi pra Harvard nos EUA e como eu já estava numa faculdade e estava sem dinheiro pra viajar, nem me inscrevi. Decidimos terminar o relacionamento, ela estava cursando Medicina e era mexicana.

      De longe se era possível escutar a conversa e as risadas altas das meninas. Do outro lado do Campus os casais flertavam e nem precisava ter muita sorte pra ter a noite "ganha" com aquelas garotas.

-Olá. - Alguém falou de súbito sentando-se ao meu lado.

Era a bela garota. Meus olhos brilharam.

E olhando-a de perto, percebi que nunca tinha a visto no Campus antes. Nunca estudara lá.

-Oi! - Falei com a voz enrouquecida, já tinha passado da conta em relação a bebida.

-Tudo bom?! Meu nome é Anelise Delacour, mas pode me chamar de Ane. - Em cada palavra que saia de sua boca, um sorriso mais lindo que o outro surgia em seus lábios.

Ela me deu um beijo em cada lado do rosto, cumprimentando-me.

-Melhor agora... - Falei sem prensar. Ela deu uma risadinha e voltou a me fitar.




- Sou Lúcio Belchior. Você, por acaso... Não estuda aqui não é?

-Não... Uns amigos meus, que estudam aqui, me convidaram.

Um silêncio estranho cresceu entre nós dois. Ela bebeu um gole da minha cerveja.

-Você estuda aqui né? Posso adivinhar o que você estuda? - Ela sorriu animada.

-Claro. Manda ver. - Falei tomando um gole da cerveja.


-Hm... Computação Gráfica? - Ela mordeu o lábio.

-Olha, sou muito bom nisso, mas... ops, errou! - Nós rimos. - Faço Administração na verdade. Uma chatice. - Ela riu.

-Deve ser mesmo. Escritório não é muito a minha cara.

-Hm... Então vamos falar mais sobre você. Então, você mora aonde?

-Na verdade... Eu nasci no Rio Grande do Sul... Mas cresci aqui mesmo, não moro muito longe do Campus. Sempre amei as festas que tem aqui!

-Você cursa em algum lugar?

-Eu? Não... Sou muito jovem, mas mesmo assim, não iria querer.

-Não? Por quê?

-Quero viajar pela Europa inteira e não ter obrigações. - Ela deitou-se ao meu lado no gramado e começou a olhar as estrelas que brilhavam intensamente no céu esta noite. Ela as contemplava. Seu olhar quase tão brilhante quanto elas. - Quero ser livre... - Deu uma pausa. Eu não conseguia parar de olha-la. - Quais são seus planos, Lúcio? - Ela sorriu pra mim.

-Hm... Deixa eu pensar... - Anelise se sentou ao meu lado novamente e deitou sua cabeça em meu ombro esquerdo. Seu perfume exalava doce. Parecia que nos conhecíamos há tempos. - Quero terminar a faculdade e começar a exercer minha profissão antes dos 30 anos... Formar uma família antes dos 40... Parar de beber... - Ela riu baixinho. - Virar um grande empresário e... Acho que só. Por enquanto, claro!

-Você tem futuro, Lúcio. Meu sonho era ser modelo ou bailarina. Mas quando minha irmã mais nova, Ammy, morreu de overdose, desisti de tudo e decidi apenas tentar terminar o colégio antes dos 20... - Nós rimos.

-Quantos anos você... - Ela me interrompeu.

-16.

-22.


(...)

     
      E assim nos conhecemos, foi amor a primeira vista. Na mesma noite, fizemos amor numa das salas do colégio. Estávamos perdidamente apaixonados um pelo outro. Até hoje nunca entendi o que ela tinha visto em mim. Eu era apenas um nerd e ela a garota mais linda e espirituosa que eu já havia conhecido.

       Aos 17 anos, Anelise engravidou. Ela brigou com o pai e saiu de casa. Nos casamos quando ela completou 18 anos. Ao descobrimos que eram gêmeos, entramos em pânico. Eu, um estudante de faculdade e ela, tinha acabado de terminar o colégio. Não tínhamos como cuidar dos nossos filhos.

Mas então, os pais dela nos ajudaram até encontrarmos um emprego. Eu consegui um ensinando informática e computação gráfica, Anelise conseguiu como modelo fotográfica de catálogo de fraudas e bebês e fez vários comerciais com o barrigão. Assim, subimos a nossa renda mensal.

     
Infelizmente nosso casamento não durou muito. Começamos a brigar constantemente, qualquer coisa era motivo de briga. Talvez porque assumimos compromisso muito jovens. Anelise queria viver seus sonhos, queria mais a minha atenção, mas eu precisava trabalhar cada vez mais para poder sustentar nossa futura família. E acabava que não tinha tempo pra ela.

      Nosso casamento durou apenas 2 anos. Ficamos juntos por 3 anos ao todo, até que ela conheceu outra pessoa. Uma pessoa que poderia realizar seus sonhos e lhe dar mais atenção do que eu fiz.

      Hoje em dia, Anelise reside na França, seu país favorito da Europa, além de ser filha de franceses e falar francês fluentemente. Ela mora com seu atual marido: François; Suas duas enteadas: Pietra e Fleur; E o irmão gêmeo da Raquel: Roberto.

      Anelise pediu divórcio para poder se casar novamente, desde então eu vivo sozinho cuidando da minha filha. Minha mãe morou no Canadá até seu último dia de vida, por isso não tinha como me ajudar.

      Assim, quando ocorreu a separação de bens, eu fiquei com a casa e ela com um dos gêmeos. Decidimos juntos que nunca contaríamos para os nossos filhos a existência do outro, isso até os dois completarem idade o suficiente para entender toda história: 16 anos.

Idade que Anelise tinha quando nos conhecemos.


(...)



-Eu te disse pra esperar mais um pouco, Anelise! Não era necessário ela saber ainda! Parece que não sabe como é o gênio dela.

      Estávamos ainda na sala, Raquel tinha acabado de sair de casa e não fazíamos a menor ideia se ela voltaria ainda hoje. Eu tinha pela consciência do que estava causando à minha filha. A tristeza que ela poderia estar sentindo nesse momento. Graças a Deus, Christian foi atrás dela, tenho plena confiança nele.

-Lúcio, você não entende que o Roberto quer conhecer a irmã dele? E também quer te conhecer melhor! Do mesmo jeito que eu sou ausente na vida da Rock, você é na vida dele. Acha que eu não sei o quanto ele se sente mal?

-A Raquel nem mesmo uma madrasta teve!

-Padrasto não é a mesma coisa que pai, Lúcio!

Gritávamos um com o outro. Assim como fazíamos na época de casados. A diferença naquela época é:

Nos amávamos acima de todas as brigas.

Mas tudo mudou.

-Meu filho realmente se sente mal com a minha falta? - Falei me acalmando. - Faz anos que eu não o vejo.

-Sim... Mas ele foi compreensivo o suficiente para entender isso. E ele te ama, Lúcio. Ele ama a Raquel, mesmo sem nunca tê-la conhecido.

Ficamos calados por um momento. Os olhos de Anelise se encheram d'água

-Fizemos muita loucura, Lúcio. Nunca deveríamos ter escondido uma coisa dessas deles. Tudo poderia ter sido diferente...

-Éramos jovens e irresponsáveis. Não tinha outra saída.

Uma lágrima caiu de seus olhos e ela virou o rosto, assim como a Raquel, ela odeio chorar em público. Sempre preferiu sofrer em silêncio. Raquel é muito mais parecida com a mãe do que pensa...

Eu tentava ser forte.


-Meu maior orgulho são os nossos filhos. Raquel pode até não ser tão "tranquila" quanto Roberto, mas os três tem uma coisa em comum: Tem uma facilidade enorme para amar verdadeiramente as pessoas. - Ela disse com a voz embargada.

-Três?

-Você, Lúcio. Desde aquela época até hoje, você continua o mesmo.

Fiquei sem palavras. Eu nunca achei que, mesmo com todas as nossas brigas, em todos esses anos, ela pensasse isso de mim. Ela é uma mulher casada agora, decidi voltar ao foco da conversa.

-Quando... quando Roberto conhecerá a irmã?

-Ele está a caminho do Canadá. Deve chegar essa noite. Do jeito que ele e a Raquel são decididos, ele virá direto pra cá.


(...)


/Raquel on


      Eu estava no Mc Donald's tomando Milk Shake com Christian. Eram 19:30 mais ou menos. Eu já estava bem melhor, ele sempre conseguia me fazer sentir melhor. Christian sempre me fazia rir.

-A Caitlin e o Marcos namoram há, sei lá... 4 meses? - Perguntou pra si mesmo - E mesmo assim eu ainda não me acostumei com ele como "Meu cunhado" - Eu ri. - É sério, consigo vê-lo como amigo da minha namorada, não como namorado da minha irmã. Tipo, não rola.

-O Marcos é muito legal, você que é chato! - Ele sujou meu nariz com chocolate. - Seu filho da pu...

Meu telefone tocou. Peguei o celular enquanto limpava o nariz com um guardanapo.

"Pai"  era o oque aparecia no leitor. Pensei duas vezes antes de atender. Já tinham umas 9 ligações perdidas no meu celular. Todas porque eu deixei o celular tocar até cansar.

-Atende, amor. Fala com ele. - Sugeriu Christian. Assenti.

-Fala. - Atendi.

-Onde você está? - Perguntou. - Por que não atende minhas ligações?! - Ignorei esta pergunta.

-No MC com o Christian, o que você quer? - Falei veemente.

-Preciso que volte pra casa. Agora.

Bufei.

-É importante, Raquel!

-Estou indo, tchau. - Desliguei antes dele falar alguma coisa.

Avisei a Christian o que estava acontecendo e ele me levou de volta para a minha casa, que não ficava muito longe.



(...)


       Quando entrei, minha mãe estava sentada no sofá e meu pai em pé perto da mesa, parecia pensativo. Anelise ainda estava com o rosto vermelho de tanto segurar o choro. Parecia que todos estavam a minha espera.

-Filha, tem uma pessoa que quer muito te conhecer... - Falou meu pai baixo, mas com um certo brilho no olhar.

Um garoto desceu as escadas do segundo andar, calças rasgadas e uma blusa do Avenged Sevenfold. Uma das minhas bandas favoritas. Eu não tinha a menor dúvida de quem era, mas mesmo assim custei a acreditar.

Ele chegou bem perto de mim, meio que analisou o meu rosto. Ele parecia emocionado. Meu coração pulava dentro de mim.

-Raquel?




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ZEEEEEENTE ELE APARECEU CRL CRL HUDJSNEHRUFOMRJDNSL

Espero q tenham gostado desse capítulo! Beijos.

domingo, 27 de outubro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 32

/Raquel On


-Mãe?

Meu coração parou. Vários sentimentos num mesmo momento: Susto, Saudades, Arrepio na espinha - não é sentimento mas tá valendo - e um pouco de raiva corroída, não sei porque mas alguma coisa estava me dizendo que aquilo não ia prestar. Sempre que ela aparece algo dá errado ou eu acabo ferida de alguma forma.

Ela se levantou e veio me abraçar. Eu ainda estava em choque, nem consegui retribuir. Christian olhava tudo sem entender.

-Filha! Como você está linda! - Falou me olhando de cima a baixo e sorrindo. - Esse só pode ser o meu genro! - Ela abraçou o Christian do nada, ele retribuiu timidamente e me fitou confuso - ela estava falando em português - por cima dos ombros dela. - Minha filha sempre teve bom gosto. - Disse assim que o soltou. Eu só observava.

Assim que assimilei um pouco mais as coisas, consegui, com dificuldade, pronunciar algumas palvras:

-Mãe... como... o que... você? Hm... Ér... PAAAAAAI!!

Subi as escadas correndo, talvez ele soubesse o que estava acontecendo. Acabei esquecendo Christian junto com a louca da minha mãe.

Corri até o escritório e comecei a bater na porta loucamente. Ele abriu desesperado, talvez estivesse fazendo algo importante.

 -O que foi, Raquel!? - Gritou. Realmente ele devia estar fazendo algo importante. Seu rosto estava vermelho.

-O que a minha mãe ta fazendo aqui?!

-A sua... como é que é?! - Ele trancou a porta do escritório e passou na minha frente em passos rápidos. E enquanto andava, ele ia praguejando baixinho.

Assim logo chegamos à sala de estar. Minha mãe estava sentada no sofá junto de Christian, eles conversavam em francês - Anelise não falava inglês e além de morar na França ainda tinha descendência francesa. Francês era sua segunda língua. - . Na verdade, minha mãe mal deixava ele falar. Estava eufórica. Mas do jeito que a conheço, tem alguma coisa por trás disso.

-Christian. - O chamei assim que entrei na sala. Ele se levantou rapidamente e veio pro meu lado. - Ta me devendo uma oral por eu ter te livrado da minha mãe - Sussurrei baixo pra ele. Ele riu.

-Quantos você quiser. - Me deu um beijo "roubado" no rosto. - Se bem que a sua mãe é bem gatinha. - O fitei em desaprovação. - Mas eu prefiro a filha, claro!

-Anelise, o que você... - Falou meu pai ainda confuso com aquela situação.

-O que eu... o que Lúcio? Até parece que não sabe o que eu vim fazer aqui. - Ela se levantou do sofá ficando cara a cara com o meu pai.
 
-Tem certeza, Anelise? - Ele coçou o queixo.

-Ela já fez 16 anos certo?

-Ou! "Ela" está bem aqui! - Falei me intrometendo na conversa. Eles me ignoraram.

-Sim, no mês retrasado! - Falou meu pai alterando o tom de voz. Nunca o vi tão nervoso.

-Eu sei muito bem disso. Não há como esquecer, Lúcio.

-Então por que só veio dar as caras agora? - Perguntei me metendo outra vez. - Por que você nunca comemora o meu aniversário comigo? O que pode ser mais importante que a sua única filha?

-Não importa agora.  - Falou baixo.

-Mas é claro que importa! - Meus olhos arderam.

-Você não entende. Mas logo vai entender. - Ela estava séria.

-Mãe, o que você está fazendo aqui afinal de contas? Para de me enrolar!




-Vim te contar a verdade. Não é isso o que você quer tanto saber?

-Anelise... - Meu pai disse em tom de aviso.

-ELA TEM QUE SABER, LÚCIO! - Gritou.

-Do que eu tenho que saber, gente!? Pelo amor de Deus! Chega de suspense!

-Filha, eu sinto muito ter escondido isso de você por tanto tempo, Lúcio e eu combinamos de te contar quando completasse 16 anos.

-Continue. - Falei ríspida.

Ela me fitou e eu reparei que seus olhos haviam se avermelhado levemente.

-Filha, você tem um irmão...

-Mãe! Você teve um filho e não me disse? Como pôd... - Ela me interrompeu.

-Um irmão gêmeo.





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+10 Comentários?


Eu sei que não ta grande, mas eu fiz correndo gente. To voltando às provas e vou ficar sem postar um tempinho. Mas tudo bem, não vai demorar tanto assim, vou fazer meu possível. A Fanfic não está totalmente no fim, mas estamos chegando lá :')

Beijo ;)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Don't Break My Heart - Capítulo 31

/Christian on     


       Enquanto eu dirigia pra casa, Raquel dormia no banco de trás. Às vezes ela reclamava quando o carro balançava muito, eu só ria. Eu a deixei em casa sã e salva e fui para minha.

       Passei sem ser percebido, minha mãe estava na cozinha, meu pai estava concentrado lendo jornal e Caitlin estava brincando com Lil B. Ao chegar no quarto, já estava sem camisa mesmo, apenas cai na cama e apaguei. Aquela noite tinha sido "cansativa".



(...)


      Acordei umas 16:00 da tarde.

Acordei pensando nela... por um momento achei que estivesse sonhando mais um daqueles sonhos loucos que eu tinha com ela. Mas então me levantei, olhei no espelho e virei de costas. Arranhões e chupões. Aquilo era real.

Finalmente!

Me senti explodir de felicidade por dentro. Peguei um travesseiro, o pressionei contra o rosto e gritei o mais alto de podia.

Corri pro banheiro pra tomar banho, vou vê-la hoje novamente.


(...)



-Christian? - Ela disse franzindo as sobrancelhas, surpresa em me ver.

Raquel estava apenas com uma blusinha e uma calcinha. Seu cabelo estava bagunçadamente sexy e eu acabei de perceber que ela estava sem sutiã também...

-Boa tarde... noite, sei lá. - Antes dela falar alguma coisa, a puxei pela cintura dando-lhe um beijo surpresa. Eu dormi pensando nela e acordei pensando nela. Tudo gira em volta dela.

 



Ela envolveu os braços sobre o meu pescoço me abraçando.

Alguém pigarreou.

Raquel logo me soltou. Olhou pra trás e me fitou novamente.

-Sobe! Rápido, vai pro meu quarto! Já to chegando lá. - Falou sussurrando.

-O que foi?

-Anda logo, Christian! - Ela me empurrou em direção a escada.

Subi correndo as escadas e antes mesmo de entrar no quarto dela pude ouvir uma conversa vindo do andar de baixo:

-Com quem estava falando, filha? - Era o pai dela.

-Sozinha, eu tenho feito muito isso... - Ela riu sem graça, nunca soube mentir.

Segui caminho até seu quarto sem fazer barulho, fechei a porta e me joguei na cama dela. Mesmo depois de dormir tanto, ainda me sentia um pouco sonolento.

Não demorou muito e ouvi batidas na porta. Pulei da cama.

Assim que ela abriu, eu a puxei pra dentro do quarto fechando a porta. Virei com ela e a encostei na parede ao lado da cama, a pressionando.

-Christian! Que fogo é esse? - Sussurrou, me fitando.

-Sentiu minha falta? - Comecei a beijar seu pescoço ferozmente. Eu nunca estava saciado quando o assunto era ela. Raquel arfava baixinho. Comecei a descer até seu decote. Mas ela me impediu.



-Não! Não, Christian! Meu pai está em casa! - Disse dando uns tapas no meu ombro.

-E qual o problema? - Só parei pra falar.

-Ta brincando?

-Brincando eu estaria se eu fizesse isso. - Deslizei minha mão até aquela bunda gostosa e apertei com força, roçando contra sua perna. Ela suspirou.

-É sério Chris! Se ele escutar...

-Vamos só "brincar" um pouquinho então. Sem fazer barulho, ok?

-Christian!

Quando ela disse isso, minha mão esquerda deslizou pela sua calcinha e começou a massageá-la por cima. Eu tapei sua boca enquanto a massageava, ela já se encontrava molhada. Eu beijava seu rosto enquanto ela tentava se esquivar.

Quando tentei puxar sua calcinha, ela me empurrou.

-Para! É melhor você ir embora... - Estalei a língua no céu da boca em desaprovação.

-Para de doce Raquel, vem cá. Relaxa amor.

A puxei pra mim novamente. Fui abrindo a minha calça lentamente olhando nos olhos dela, ela parecia hipnotizada.

Nem desci a calça, deixei-a no meu corpo, mas aberta. Puxei uma de suas mãos sem desviar meus olhos dos dela. Toquei sua mão no meu abdômen e fui descendo lentamente. Afastei minha boxer e coloquei sua mão lá dentro devagar. Ela suspirou e eu me arrepiei ao sentir seu toque, sua mão estava fria.

Deixei sua mão livre e ela começou a mexer nele. Minha mãos se apoiaram na parede - pois quando eu sentia seu toque, minhas pernas ficavam trêmulas - consequentemente a prendendo ali. Comecei a beijar seu pescoço lentamente, até que ela o puxou pra fora da calça. Grunhi.

Raquel abaixou minha boxer e minha calça junto, liberando meu pênis e se ajoelhou na minha frente. Sorriu pra mim antes de me chupar de uma vez. Fui ao delírio por dentro.

Com a boca dela ainda no meu pau, me sentei na cama e comecei a acariciar seus cabelos. Pendi a cabeça pra trás com um gemido quando ela sugou e mordeu de leve.

Quando senti que ia gozar, corri pro banheiro. Acabei ejaculando na pia (risos).

-Christian, ta tudo bem aí? - Ela perguntou baixo pelo outro lado da porta.

-Tranquilo, amor. Só não queria te sujar.

-Hm... - Conseguia imaginá-la ruborizando.

Ao "terminar", lavei minhas mãos e saí do banheiro. Ela não estava mais no quarto, sentei na cama esperando-a voltar.

-Aonde foi? - Perguntei quando ela cruzou a porta.

-Fui fazer um gargarejo em outro banheiro. - Eu ri tanto que a minha barriga até doeu.

-Ta falando sério? - Perguntei retomando o ar.

-Claro! Não ia ficar com gosto de pênis na minha boca o resto do dia. - Ela piscou pra mim fechando a porta.

Eu estava sentando em sua cama, ela chegou perto e começou a acariciar meus cabelos. Logo em seguida sentou no meu colo sem nenhum tipo de malícia.

-Por que ta me olhando assim? - Perguntei enquanto ela acariciava meus cabelos me olhando fixamente.

-Senti sua falta... Só isso. - Lhe dei um selinho.

-I love you, do you know that?

-Yep.

Ela olhou nos meus olhos e me deu um beijo cheio de ternura, sem segundas intenções. Eu acariciava sua cintura e ela os meus cabelos.

-Vamos à praça central? - sugeri. - Caminhar um pouco... Sei lá, passear. Faz tempo que não fazemos isso.

-Claro...

Raquel tomou um banho rápido e me fez fechar os olhos para poder se arrumar. Tive que sair de fininho e espera-la lá fora. Lúcio ainda não fazia ideia de que tínhamos voltado a namorar. Mas mesmo se soubesse, não ia achar muito legal em saber que eu estava escondido no quarto dela.


(...)


     Depois do passeio, voltei para a casa da Raquel e dessa vez com a permissão do meu sogrão. Assistimos "Se Beber Não Case 2" e ela fez um bagulho chamado "Brigadeiro" que é bom demais! Esses doces brasileiros...

Quando o filme terminou, ficamos namorando mais um pouquinho até que o pai dela a chamou.

      Eram 20:00 mais ou menos. Raquel e eu nos levantamos da cama e começamos a relembrar partes do filme, riamos o tempo todo enquanto descíamos as escadas.

Ao chegarmos na sala, nossas barrigas doíam de tanto rir. Foi aí que eu percebi a presença de uma moça no sofá. Uma moça muito bonita porém mais velha. Deveria ser alguma prima ou amiga da Raquel.

Mas quando a própria Raquel a viu, parou de rir e ficou completamente séria, parecia mais que havia ficado estática. Congelada. Raquel estava fora de sí. A única palavra que saiu de sua boca foi:

-Mãe?



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                         + 8 Comentários

Anelise chegou nessa porra!

Foi mal a demora aê cambadinha. Pois é, eu sei "Ah Júlia, pq vc demorou tanto?" Vcs sabem como eu sou :/

Foi mal os erros de digitação 


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